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NEONATOLOGIA

26 de julho, 2021

REANIMAÇÃO NEONATAL

É um tópico com grande potencial para ser novamente cobrado nas provas do Revalida. Apesar de ser um conteúdo específico, é de conduta universal. As práticas da reanimação em sala de parto são baseadas nas recomendações publicadas pelo International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR), que, a cada 5 anos, revisa as melhores evidências científicas disponíveis sobre os procedimentos recomendados para o atendimento em sala de parto. A última diretriz foi atualizada pelo Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria em 2016.

Boletim de Apgar

É determinado no 1º e 5º minuto de vida do recém-nascido. Importante você saber que ele não é utilizado para indicar procedimentos de reanimação neonatal, porém o seu emprego permite avaliar a resposta do bebê às manobras realizadas e a sua eficácia. Nos casos em que o Apgar é menor que 7 no 5º minuto, recomenda-se sua realização a cada 5 minutos, até 20 minutos de vida.

Atendimento inicial ao recém-nascido (RN) com idade gestacional ≥ 34 semanas

Ao ser chamado para o atendimento de um recém-nascido, você deve responder a três perguntas: RN termo? Respirando ou chorando? Tônus bom (em flexão)? Se a resposta a todas as três perguntas for sim, este recém-nascido é considerado com boa vitalidade e deve receber cuidados de rotina junto à mãe, permanecendo em contato pele e ser submetido ao aleitamento na primeira hora de vida.

Nesses casos, é recomendado o clampeamento tardio do cordão (entre 1-3 minutos), pois há benefícios em relação aos índices hematológicos na idade de 3-6 meses, embora possa elevar os níveis de bilirrubina indireta e aumentar a chance de o bebê precisar de fototerapia. Se a resposta a uma dessas questões for não, o bebê deve ter o seu cordão umbilical clampeado imediatamente, sendo levado à mesa de reanimação para realização dos passos iniciais e a sequência do fluxograma de atendimento.

Os passos iniciais devem ser realizados em, no máximo, 30 segundos. Compreende a seguinte sequência: prover calor; posicionar a cabeça em leve extensão do pescoço; aspirar boca e narinas, se necessário; secar; reposicionar a cabeça. Após a realização dos passos iniciais, devem ser avaliados os dois parâmetros que indicam a reanimação neonatal: frequência cardíaca e respiração. Lembrar que essa avaliação também deve durar, no máximo, 30 segundos. Nesse primeiro minuto de vida (“Golden Minute”), deve ser iniciada a reanimação neonatal se o paciente apresentar frequência cardíaca menor que 100, ou apneia, ou respiração irregular, ou “gasping”.

Líquido amniótico meconial

Foram cobradas duas questões, em anos diferentes, com o mesmo cenário: o atendimento de um recém-nascido deprimido ao nascer cujo líquido amniótico é meconial. Como a cada 5 anos as evidências são revisadas, iremos observar que a resposta para um mesmo cenário é diferente no ano de 2011 e 2016. Por isso, é importante se manter atualizado em relação à diretriz vigente do Programa de Reanimação Neonatal.

Na diretriz de Reanimação Neonatal publicada em 2011, o recém-nascido com líquido amniótico meconial, não vigoroso ao nascimento, era submetido à intubação endotraqueal para retirada do mecônio residual da hipofaringe e da traqueia. As evidências foram revisadas, e controvérsias quanto aos possíveis benefícios decorrentes da aspiração traqueal sob visualização direta comparada a ventilação com pressão positiva foram encontradas. Com isso, a diretriz de 2016 passou a recomendar que, frente a um bebê que nasce deprimido, independentemente do aspecto do líquido amniótico, é fundamental iniciar a ventilação com pressão positiva (VPP), com máscara facial e ar ambiente nos primeiros 60 segundos de vida.

Importante saber

Os parâmetros que indicam a necessidade de reanimação neonatal são: frequência cardíaca e respiração. Logo, um recém-nascido com FC < 100, em apneia, ou respiração irregular, ou padrão do tipo “gasping”, deve ser reanimado imediatamente. O indicador mais importante de que a ventilação com pressão positiva está sendo efetiva é o aumento da frequência cardíaca. A compressão torácica é indicada quando a FC < 60 bpm e só deve ser realizada se o recém-nascido tiver uma via aérea avançada.

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