ORIENTAÇÃO DE ESTUDO
O tema TRAUMA, assim como o tema de Abdome Agudo, é o tema mais presente no REVALIDA. Praticamente 50% das questões de cirurgia de todos os anos são sobre estes 2 temas. De maneira geral, o candidato precisa ter uma noção básica do ABCDE, mnemônico utilizado pelo ATLS (Advanced Trauma Life Support) para padronizar o atendimento médico a pacientes cirúrgicos. Precisa, também, entender quais são as prioridades no exame físico e o passo a passo das condutas. Dessa forma será possível gabaritar a parte de trauma e garantir uma boa nota em sua prova. Média de 3 – 6 questões/ano. Nossa apostila utiliza como principal referência as orientações da décima edição do curso ATLS.
A- VIA AÉREA E RESTRIÇÃO DE MOVIMENTO DA COLUNA CERVICAL
A parte inicial de nossa avaliação começa também pela nossa prioridade. O que queremos dizer com isso? A primeira coisa em que se deve focar em um paciente politraumatizado é a via aérea e a restrição de movimento da coluna cervical. Por isso a importância de manter o colar cervical até a avaliação devida, e de tentar comunicar-se com o paciente assim que o receber, caso esteja em um hospital, ou caso o encontre na cena de trauma, confirmando que a via aérea está pérvia. Às vezes a questão pode te colocar um caso chamando atenção para um sangramento ou uma ferida exposta, mas não podemos esquecer que o primeiro passo de qualquer atendimento é checar via aérea e restringir a movimentação da coluna.
Uma coisa que tem que se ter em mente é que existe a via aérea definitiva e a não definitiva. A definitiva significa tubo locado com balonete insuflado abaixo das cordas vocais conectado a um dispositivo de ventilação mecânica enriquecido com oxigênio, podendo ser utilizados tubo orotraqueal e cânula de traqueostomia. A via aérea não definitiva inclui alguns elementos que em medidas de urgência e por facilidade de execução podem ser usados para garantir a manutenção da oxigenação, sendo eles máscara laríngea, tubo laríngeo e tubo esofágico multilúmen. Lembrando que estes deverão posteriormente, caso haja necessidade do doente permanecer em ventilação mecânica, dar espaço a aparelhos de via aérea definitiva.
Algumas manobras podem ser realizadas para ajudar a aumentar a saturação do doente no primeiro atendimento. Chin-lift (elevação do mento) corrige a obstrução por queda da base da língua e a Jaw thrust (tração da mandíbula) que ajuda a retificar a via aérea. Tomar cuidado para não hiperextender o pescoço. Outro procedimento é a Cânula de Orofaringe (Guedel) que também ajuda na oxigenação. Há de se pensar que todo doente que tolera uma cânula de orofaringe e que não é induzido a vômitos ou a engasgos, provavelmente necessitará ser intubado.
Todo paciente com trauma importante de face, com muito sangue na cavidade oral, edema de glote, fratura de laringe, alguma obstrução na via aérea que impeça o posicionamento do tubo endotraqueal entre as cordas vocais, deve ser submetido a uma via aérea cirúrgica. Em medidas de urgência o ideal é cricotireoidostomia (pode ser utilizada por 48 h) ou uma cricotireoidostomia por punção (pode ser utilizada de 30-45 minutos). Após a urgência, deve-se providenciar uma via aérea definitiva.
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